Martelei em
forma de poesia,
sua imagem
em minha mente.
Fixei seu
semblante no quadro da minha alma.
A moldura
era feita de sentimentos dourados.
Trabalho de
pintura realizado
pelas
minhas lembranças e saudades.
Obra
artística do meu coração!
Uni por
meio de costura o passado e o presente.
O futuro
escorregou da parede dos meus sonhos.
Em vão
tentei recolocá-lo
com pregos
em marteladas constantes.
O golpe
produzido pelo martelo
trincou o
vidro que protegia sua fotografia.
Desprendeu-se dali, poeira e mofo.
O ontem
escorreu pelas brechas e fugiu!
A marreta
do meu vazio
reduziu a
pedaços o você que havia em mim.
Diminuiu a
intensidade do meu sentir.
Mudou a
direção dos meus pensamentos.
Foi a
distância e a ausência que desbotaram o amor,
e de tão
velho e ressequido pelos anos,
desfragmentou-se e foi levado pelo vento.
Desapareceu
no ar,
para
sempre...