Mandei o meu verso
rimar com o teu
ele não obedeceu
parecia louco
fora de si
falou em estrelas
céu e lua
falou de tudo
menos do sentimento
que brota aqui
Mandei meu verso
sonhar...
ele enveredou
por outros caminhos
falou de tédio
monotonia
menos de sonho
de fantasia
Fazer poesia
é expor a alma
em bandeja de prata
é fazer serenata
sem violão
sem canção
apenas
com a imaginação
Minha poesia
se alimenta
do instante
da harmonia de minhas cores
meus perfumes
minha percepção do mundo
Meus sonhos
são azuis
são desejos
vibrações
anseios
alentos
estranhos estremecimentos
turbilhão de quimeras
salmos
cânticos
réquiens...
que importa!
Cabe a ti
decifrar meus mistérios
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